Você não vale nada!
Se você é cristão e se sentiu
ofendido ou, ao menos, desconfortável com a frase acima, pode ser que esteja
contaminado com o “evangelho” que tem sido pregado na maioria dos púlpitos nos
dias atuais. Grande parte do tempo gasto nos sermões tem sido dedicado a
massagear o ego dos ouvintes. Podemos identificar com facilidade as frases mais
utilizadas que reforçam essa forma de pregar: “você nasceu pra ser um vencedor”;
“você nasceu pra brilhar”; “você é uma bênção”; etc. Dá até pra confundir esse
tipo de sermão com aquelas palestras motivacionais feitas para aumentar a
autoestima das pessoas, como as que são ministradas para funcionários de uma
empresa, por exemplo. E quando o verdadeiro evangelho deixa de ser pregado, as
consequências são desastrosas.
Deus demonstrou o altíssimo valor
que dá ao ser humano ao entregar seu próprio filho à morte para salvar toda a
humanidade, apesar de não merecermos tamanho amor. E esse é o ponto de partida que
toda a caminhada cristã deveria ter: reconhecer nossa própria condenação. Nós
não valemos o preço que foi pago pelo nosso resgate. Aí está o grande passo da
conversão! O arrependimento genuíno, de uma pessoa que se converte, expressa não
apenas a vontade de não mais praticar os erros anteriormente cometidos, mas o
reconhecimento de nossa incapacidade de salvação por nossos próprios méritos.
Esta é a graça de Deus, que nos deu o que não merecíamos. Nós merecíamos a
condenação à morte eterna! Se isto não estiver bem claro, não dá pra viver como
um cristão autêntico.
A consequência mais visível dessa
situação, de ter a preocupação de agradar mais aos homens que a Deus nos
sermões, reflete-se na conduta do povo chamado “evangélico”. O número de
cristãos nominais cresce, mas não gera as mudanças esperadas na sociedade
brasileira. Pregar estritamente a Palavra requer coragem, porque consiste em não
conformar o discurso ao que nós gostamos de ouvir, mas ao que precisamos ouvir.
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